30 de setembro de 2012

O Ministério - Capítulo 1: Parte 3



Três dos treze triângulos estouraram ao meio, porém os círculos mantiveram-se intactos. Victor olhou atônito àquela cena. Ele acabará de usar um poderoso encantamento. Por mais que não parecesse, aquela magia de libertação era capaz de estraçalhar quaisquer que fosse o selamento, mas aquele era diferente: ele manteve-se. Ou será que não? Aguçando seus olhos em meio à escuridão ele visualizou uma pequena rachadura nos três círculos, isso foi o suficiente para que ele conjur...
-     Scorpion. Dark Lucius. Elizabeth. – Não! Não foi o suficiente. Gato Negro havia previsto aquele movimento! Enquanto Victor se preocupava em destruir o contrato ele já havia efetuado a invocação de três de seus Ministros Santos. E não eram quaisquer Ministros. Eles eram os três Ministros mais fortes. Eles eram superiores de outros seis Ministros. Eles eram conhecidos como a Elite de Guerra do Ministério. Eles eram a Guarda Pessoal de Gato Negro.
E por mais que soe como uma loucura: Victor não deixou de conjurar seu encantamento. Pelo contrário! Ele continuou com a maior calma do mundo. Parecia até que tudo até ali fora uma muito bem pensada armação. Sua antiga face desesperada, agora estava calma, aliás, calma não é o adjetivo correto. Correto seria dizer que sua face transparecia a segurança e determinação do mais convicto dos humanos. O baiano sabia que agora seu mais ousado devaneio poderia tornar-se verdade. E por mais que ele soubesse que as chances de dar certo eram quase nulas: ele iria prosseguir. Não importava o sacrifício necessário, fosse sua vida ou de sua Guarda, seu plano deveria se concretizar.
-     A Quebra. A Troca. A Razão. Os conceitos outrora desvendados se tornam enigmáticos. Como em um devaneio: eu inverto, eu troco, eu oponho. Desequilíbrio Celeste! Venha minha Guarda Pessoal: LILITH! IBIS! Eu os invoco!
-     Em pensar que você usaria uma invocação completa para chamar sua Guarda Pessoal. Parece que ainda não há uma ligação forte o suficiente entre vocês. Invocação Total. – A elegância na voz de Gato Negro era notável, mas a sua calma era o que mais chamava a atenção. Ao término de sua frase aconteceram diversas coisas no mesmo instante. Naquele instante seguiram-se os seguintes fatos:
A Lua se mostrou e esta estava cheia. E como estava! Parecia que ela sabia daquele evento sobrenatural, aquele evento que mudaria as vertentes daquele Universo, se não do Todo. Seu brilho irradiou Gato Negro e Victor, mas não apenas estes. Ao lado de Gato Negro haviam três, enquanto ao lado de Victor haviam dois. Sob o brilho de tamanha lua cheia aquele momento pareceu único, todos os seis estavam agora iluminados por aquela belíssima luz prateada.
Victor agora em pé sobre o Elevador Lacerda era iluminado de forma majestosa, ao seu lado direito estava Lilith, enquanto do lado esquerdo estava Ibis. Os três de pé sobre o grande elevador observando seus inimigos suspensos no ar. A Cidade Baixa agora estava tão movimentada, pessoas e mais pessoas seguindo seu rumo. A grande maioria voltando para casa, enquanto uma pequena parcela ia aos seus trabalhos, mas ambas sem saber o que estava acontecendo naquele momento. As vertentes do Universo estavam prestes a mudar, e eles lá, apenas seguindo seus rumos preocupados apenas com seus pequenos problemas.
A natureza estava decidida a colaborar com aquele evento, tudo naquela noite estava girando ao redor daquele momento único: sincronismo. Essa era a palavra, parece que o dia, a hora e o local fora agendado não entre os Ministros e Ex-Ministros, mas sim com a natureza, que hoje decidirá ser a grande responsável pelos efeitos sonoros visuais. A Lua agora ainda maior iluminou com força o ambiente, enquanto o vento rugia violentamente fazendo cabelos voarem.
Eles finalmente se encararam.

Palavras Aleatórias de uma Crônica Verídica



Ah, que nostálgico fim. Esperava mais. Muito mais. Venha, vamos, volte, surja, ressurja, brinque. Volte! Ah, eu quero. Ah, eu sei. Ah, eu vou. Ah, eu fui. Oh, que Trágico. Inverossímil? Inconstante. Indiretas? Diretas. Fatos? Verdade.s; Verdade.s? Assim. O que fazer? Viver.
O que querer? Morrer.
Eis o Fim? Nostálgico Fim.
Até onde? Até quando.
Hoje? Sempre.
Quereis? Sonho.
Vive? Existo(?).
Fale? Grite.
Viva? Descanse.
Verdade? Mentira. Dor. Ilusão? Conceito. Retorno? Dança. Louca? Ah. Que fim?
Recomeço? Começo.

Na Inconstância? Do Viver.

29 de setembro de 2012

Devaneios...? Inconstantes...?


Devaneio? Inconstante? Afinal, o que é um devaneio? E por que diabos ele é inconstante?
Estes são, provavelmente, questionamentos naturais ao adentrar neste blog, afinal este é o seu título. Entender o que são devaneios, talvez seja algo indispensável, pois esse é o tema do blog. Sendo assim hoje, caro leitor, estas dúvidas chegarão ao fim! Pois você irá entender o porquê de tal título e o que são esses tais “Devaneios Inconstantes”.
Inicialmente valho-me de duas definições: devaneio e inconstante. Segundo o Dicionário Online de Português, encontrado no endereço www.dicio.com.br, o Devaneio é “Ausência de razão; Estado de espírito de quem se deixa levar por lembranças, sonhos e imagens; Resultado de sonhos, quimeras, fantasias, ficções”. Enquanto a mesma fonte esclarece que inconstante é algo “Volúvel, pronto a mudar: ser inconstante nas suas resoluções; Mudável, instável; Pessoa que muda de opinião ou de gostos com frequência”.
Pois então, já que devaneio é sinônimo de Sonho, Fantasias, Quimeras e Ficções, então este pode ser interpretado como sendo a Loucura humana, sendo loucura não uma ofensa, mas sim, um elogio. Como assim, Victor? Como podes dizer que loucura é um elogio? Observe que é inegável a natureza louca da nossa raça, e se alguém ousar dizer o contrário: és tu tão ou mais louco que um louco de fato.
 Afinal, a “loucura” se apresenta das mais diversas formas, através de um mero pensamento, das expectativas, das crenças, da fantasia, do amor, do próprio Devaneio. Quando observamos os “planos para o futuro” que sempre nos atemos a fazer, perceberemos isso. Como podemos nós, antes mesmo de acontecer, resolver prever o futuro e designar como as coisas podem acontecer? Como podemos simplesmente dizer que será assim e não daquele outro jeito, sem se quer pensar na relatividade e inconstância das situações.
Ora, neste mundo instável possibilidades não faltam, e para arruinar nossos tão idealizados planos é daqui para ali, mas ainda assim, quando tudo falha nos sentimos frutados, depressivos, tristes se não coisa pior. E se o senhor(a) vier me dizer que isso não é loucura, então meu car@ eu desconheço, então, o que seja tão falada Loucura.
Porém, deixando de lados tais explicações, atentemo-nos aos Devaneios Inconstantes. Pois então, além de ser minha palavra preferida, o Devaneio irá representar toda essência fantástica da natureza humana, e neste caso, estará sendo representado pela diversidade e inconstância que esta mesma natureza é capaz de assumir.
Inegavelmente nossos Devaneios, além de loucos, são inconstantes. Afinal eles podem assumir diversas facetas, diversas expressões, diversos sentidos, mas tudo isso de um momento para o outro. Sem jamais se manter contínuo. Da mesma forma que posso estar idealizando um ser amado agora, logo após posso idealizar a sua morte por não me retribuir o amor (e é assim que as coisas funcionam na prática).
É justamente sobre essa diversidade, essa inconstância, essa capacidade de mudar, remudar e mudar mais uma vez que refiro-me ao Devanear de Forma Inconstante. É sobre todas estas faces e todos esses sentidos. Sobre todos estes sonhos e todas as suas prerrogativas. É sobre um mundo que não assume uma única face. É sobre um mundo que assume Todas as Faces. Isso é Devaneios Inconstantes. Isto é este blog.


Isto Sou Eu. E esta é Minha Essência.



25 de setembro de 2012

A Filosofia da Educação

Quando observado a estrutura da disciplina "Filosofia" ensinada nas escolas atualmente, em minha concepção, percebe-se graves falhas em sua estrutura metodológica. Para explanar tais falhas, Inicialmente valho-me do objetivo principal desta disciplina: "Ensinar os Alunos Brasileiros (e me apego ao conceito de alunos enquanto seres sem luz) a pensar (se é que é possível ensinar um ser humano a pensar)". Aliás, segundo esta disciplina e sua colega sociologia seus objetivos são fazê-los (os alunos) aprenderem a pensar de forma crítica.
Pois então, valho-me do óbvio: como pode um ser/instituição intitular a outra pessoa como O "Sábio" e forçar (sim a palavra é essa) pessoas a aceitarem aquela ideia como a certa? Será que um indivíduo pode mesmo arbitrar o que é ser sábio? O que é correto? O que devemos aprender? Me pergunto como pode um indivíduo ser arrogante a tal ponto.
Mas sabe o que mais impressiona? O fato das instituições/indivíduos renegarem o direito individual de cada um impondo o que é certo, sem se quer se importar com o que o outro pensa sobre esse "certo e errado", sem levar em consideração o que ELE considera certo e errado. Simplesmente apresenta um conceito pré-definido, um conceito PRONTO e quer que ele assuma como verdade?!
Sinceramente eu não compreendo. E não que eu esteja tentando desmerecer tal disciplina de altíssimo valor antropogênico, não! Eu não estou fazendo isto. O que eu estou fazendo é uma crítica a forma como esta disciplina é abordada. Será que estes professores que tanto falam de Sócrates nada aprenderam com este?
Será que o indivíduo através de já tão consagrada Maiêutica não poderia chegar as suas próprias conclusões? Sejam elas filosóficas e/ou ideológicas? Será que não são capazes de efetuar um julgamento? De definir, em suas concepções, o que é certo e errado?
Me parece que a sede por "filosofar" fez dos nossos filósofos sofistas denominados "professores" desaprenderem o verdadeiro conceito de Filosofia. O Verdadeiro conceito de Filosofar. Me parece até que eles esqueceram o conceito de Ensinar.

Infelizmente, Me parece que Sim.



23 de setembro de 2012

...

Me faça Sangrar
Me faça sentir uma vez mais, a Dor
Quero que me faça derramar,
Derramar lágrimas, Lágrimas de Sangue
Lágrimas de dor
Lágrimas de um sentimento já há muito esquecido está,
Porém que nunca Perdido esteve
Quero derramar meu sangue
Quero fazer da minha insanidade a Sua Loucura
Quero, apenas quero, que você Morra
E com sua morte, leve tudo o que me deixou
Renego o seu legado
Renego sua existência
Apenas quero Sentir
Sentir a Dor que me faz Chorar
Que me faz Sangrar
E as lágrimas de Sangue
Ah, as Lágrimas de Sangue
Só as quero uma vez mais
Só quero sentir, uma última vez
Só quero que me faça Sangrar...



Apenas Sonho, Sonho todas as noites...?
Ou Sonho com os Amores?

22 de setembro de 2012

Caminhos...?


(Foto roubada de Júnior Leão)

As vezes é necessário percorremos caminhos diferentes dos que foram escolhidos inicialmente. Crescer, Viver, Aprender, Amadurecer. Estes não são processos simples, pelo contrário, são processos que requerem tempo, dedicação e esforço, diria que até um pouco de Fé. Mas são processos, por mais que tortuosos, necessários para o meu crescimento enquanto Ser Humano. E é justamente isto que busco.
Busco um amadurecimento tanto físico, quanto psicológico, mas especialmente espiritual. Busco ser o máximo do meu "eu". Mas quero MUITO abandonar esta casca física, transcender o Infinito que minha mente possibilita alcançar, quero apenas sonhar, quero apenas caminhar, mas ainda assim, quero Crescer.
E é justamente este crescimento que me assola. É este crescimento que me motiva e que me faz refletir todas as manhãs se está de fato foi a escolha certa. Se isto é realmente o que busco, se é realmente meu caminho para a felicidade, mas, sabe, não é como se eu tivesse dúvidas. Sou feliz nesta minha instabilidade, o que de fato me preocupa, o que verdadeiramente me preocupa, não é o agora, mas sim o Amanhã.
O Caminho que trilharei para encontrar este tal "amadurecimento" será de fato o correto, estas dúvidas me atormentam, mas ainda assim, é o que quero, é o que sou, é o que quero ser, porque este sou eu. Este é Victor Said. E estas são as Minhas Escolhas.

Mesmo estando em um Mundo De Dúvidas...

20 de setembro de 2012

O Ministério - Capítulo 1: Parte 2



Victor encarou Gato Negro fixamente. Seu olhar agora beirava a irritação, seu coração batia de forma acelerada, suas mãos suavam, cada célula de seu corpo gritava pelo sangue de Gato Negro, mas ele sabia que não podia perder o controle, pois perder o controle seria a maior falha contra aquele gênio da manipulação. Retomando o controle sobre si mesmo, olhou bem fundo nos olhos de Gato Negro e falou:
-     Pois que hoje, não apenas sua alma irá sofrer, mas a sua carne também, Gato Negro, Ministro Universal Mor. Se prepare, pois hoje será o dia da sua deposição do cargo que vem ocupando desde sempre. – O clima ameno de antes, agora estava se tornando completamente hostil. O ar ao redor transbordava de energia, energia dispersa de forma intensa por Victor que agora se punha em posição de defesa, e de forma calma e controlada pelo ser negro. Gato Negro olhou uma última vez, encarando-o, e com um suspiro disse:
-     Que assim seja, sua decisão está tomada, espero que não se arrependa, Victor. – Era muito raro aquele homem chamar outros indivíduos pelo nome, eram sempre através de adjetivos, pronomes ou o que fosse. Chamá-lo pelo nome era uma demonstração clara da criticidade da situação. – Retenção Apocalíptica. O Chamado Ministerial. – Sussurrou o Ministro.
Como em um passe de mágica surgiram ao redor de Gato Negro treze triângulos 2D, cada um contendo um grande círculo completamente fechado e com cores especificas. À medida que os círculos se materializavam – o que levou não mais do que 1 segundo –, iam surgindo números e ao lado dos números nomes.
O Chamado de Gato Negro havia funcionado. Atrás deste, os trezes triângulos se organizaram de forma a representar um segundo triângulo maior, porém não tão uniforme quanto um triângulo de fato. Ele possuía pontas e espaços vazios que formavam outros triângulos, mas não triângulos como os outros, triângulos invertidos. O grande triângulo de pontas estava agora completo. Os treze nomes. Os treze números. Victor encarou-o, agora sério. Contudo, sua seriedade não vinha por medo, mas sim pelo o que via.
Dentro daqueles círculos, inscritos dentro dos triângulos estava inscrito o nome e número dos treze ministros e suas respectivas posições, indo do mais forte ao mais fraco, do menor ao maior. E l
01 – Sophie; 02 – Stefani; 03 – Christian; 04 – Sebastian; 05 – Esther; 06 – Luck; 07 – Ibis; 08 – Lilith; 09 – Elizabeth; 10 – Dark Lucius; 11 – Scorpion; 12 – Victor; 13 – Gato Negro.


-     O que o nosso nome faz aí?! – Gritou Victor, porém ao perceber a seriedade da situação disse, agora sussurrando: Droga. À medida que seus olhos encaravam aquele estranho triângulo ele percebia o inevitável: eles nunca deixaram de ser controlados por Gato Negro. Aquela era a união de duas técnicas: Retenção Apocalíptica e O Chamado Ministerial. Um objeto ou pessoa era prendida à outra,  isso era a Retenção Apocalíptica. Localizar, comunicar, monitorar, invocar. Esses eram alguns dos efeitos dessa técnica, e era justamente à ela que Victor e sua Guarda Pessoal estavam submetidos. – Libertação Utópica: a Quebra do Contrato! – Victor agora gritava, rezando para seu encantamento não fosse cancelado pelo outro – Décimo Segundo - Victor; Oitavo - Lilith; Sétimo – Ibis: Libertar!!!

17 de setembro de 2012

Dançando com Demônios

Quero me perder na noite. 
Encontrar o vazio.
Me afundar na escuridão. 
Me embriagar de egoísmo.
Quero apenas esquecer do mundo. 
Viver meu eu.
Viver meus demônios.
Dançar com satã.
E mais uma Vez afundar na escuridão.
Quero apenas esquecer Você.
A sua dor.
As suas lástimas.
Quero apenas VIVER.
Quero apenas Viver, viver sem você.
Quero me perder na noite. 
Encontrar o vazio.
Me afundar na escuridão. 
Me embriagar de egoísmo.
Quero apenas esquecer do mundo. 
Viver meu eu.


Viver meus demônios.
Dançar com satã.


15 de setembro de 2012

Às Vezes...



Às Vezes...
Às Vezes... Me pego refletindo
Às Vezes... Sobre a beleza do Amor,
Às Vezes... Observo o Luar
Às Vezes... E por muitas Vezes
Às Vezes... Hei de estar lá
Às Vezes... Esperando você voltar
Às Vezes... Não cansarei de Esperar
Às Vezes... Torno-me imortal
Às Vezes... Sou apenas mais um
Às Vezes... Sou apenas um imortal
Às Vezes... Um imortal Apaixonado
Às Vezes... Às Vezes Nunca há de chegar
Às Vezes... Às Vezes não tem vez
Às Vezes... Porque isso jamais acontecerá (...?)

14 de setembro de 2012

O Ministério - Capítulo 1: Parte 1


Opa, Opa! Minna! Venho trazer hoje mais uma capítulo de "O Ministério", porém parcialmente. Infelizmente os capítulos são relativamente grandes, então posta-los de uma única vez fariam dos posts cansativos e como sabem, este não é o objetivo, é justamente o contrário. Então, espero que se divirtam, semana que vem trago outro pedaço, Boa Leitura! =D
Capítulo Um: A Chegada



Era inerente há Victor lembranças daquele lugar. Quantas vezes já havia brincado ali? Quantas vezes já havia dormido enquanto observava as estrelas? Quantas vezes aquele local não foi testemunha de sua solidão? E quantas outras aquele local não serviu de refúgio para sua singular existência? Acredite, não foram poucas. Aquele era um local quase sagrado, tamanho o número de lembranças e sentimentos que ele carregava.
Os olhos de Victor brilhavam há cada vez que ele observava aquele horizonte, apesar de hoje não estava tão belo, pois apesar de já sob o crepúsculo, a lua havia simplesmente sumido, nenhum sinal desta era perceptível naquela imensidão azul. Parecia que ela estava se reservando para os grandes acontecimentos que estavam por vir. Mas se assim o fosse, o Destino estava a brincar, mais uma vez, aliás.
E de novo, Victor olhou para o horizonte uma vez mais, e por mais que olhasse e cansasse de olhar, aquela vista jamais deixava de agradá-lo. A sensação nostálgica que aquela visão lhe transmitia era extremamente satisfatória.
-     Ah, que Nostálgico. – Disse de forma melancólica o homem cujos cabelos somente as pontas eram vermelhas, mas todo o resto era branco, tão branco quanto a neve, porém tão luminescente quanto a Lua. Enquanto seus olhos brilhavam, Victor se aconchegou um pouco mais em sua cadeira improvisada: o Elevador Lacerda. Suas pernas estavam agora estiradas enquanto seus braços estavam apoiando o resto do corpo e sua coluna estava um pouco inclinada.
Houve uma breve brisa, seus cabelos foram suspensos de forma majestosa, o sol finalmente se pôs. O dia agora era noite. A cidade? Mais bela impossível. Os faróis dos carros iluminavam as ruas, enquanto os postes de energia buscavam fazer o mesmo e eram ajudados pelos prédios e casas que ali havia. Por um breve instante Victor sorriu, ajeitando seus cabelos e pondo uma mecha atrás da orelha e enquanto fazia isso disse: “Seja bem vindo, My Lord, aliás, Gato Negro”.
E após dizer isto, diante dele surgiu um homem alto, vestido dos pés a cabeça de preto. Seus cabelos eram negros, mas um negro profundo que transmitia uma escuridão quase profana. Mas obscuro do que todo o seu visual gótico, era a calma de seus olhos negros que pareciam engolir tudo aquilo que viam. Aquele era Gato Negro, O Ministro Universal.
Gato Negro, este era seu nome. O nome do Maior de Todos os Ministros Universais. O mais poderoso, o mais sábio, o mais inteligente, o mais forte, o mais rápido e o “mais” em tudo o que você puder imaginar. Gato Negro era sinônimo de Perfeição. Tudo nele era de um sincronismo extremo. Suas botas, altas e com um leve salto, vinham inscritas de forma quase invisível (talvez pelo fato das inscrições serem negras, mas um negro luminoso), eram símbolos mágicos e camadas densas de proteção que iriam impedir danos graves em suas pernas, ao menos, nas áreas protegidas por elas, ou será que não? Ele bem sabia que dependendo do inimigo este tipo de preparo era inútil. Provavelmente, este era o caso. Afinal seu inimigo, por mais que jovem, era formidável.
Sua calça era justa e igualmente negra e luminosa, parecia até uma única peça com a bota. Era possível ver a luminosidade emitida por pequenas letras e inscrições (ou seja lá o que fosse aquilo!), mas sua função era clara: proteger o usuário de danos graves. Usava uma camisa de manga, assim como todo o resto, tão justo quanto suas botas e calças. Na verdade, aquela roupa parecia muito com uma peça única totalmente inscrita de forma mágica e que se assemelhava muito com as roupas usadas por espiões. Mas sobre essa peça única havia um grande sobretudo que descia até seus pés. A cor? Negra e repleta de inscrições.
Seus cabelos negros e lisos iam até seus ombros e eram repicados, com uma franja diagonal que cobria um de seus olhos, sendo que sua franja era a única coisa reta em seu cabelo. Suas mãos estavam cobertas por luvas igual a todo o resto. Mas havia uma coisa que chamava mais atenção do que todo o conjunto negro, a única coisa que fugia a esse tom e que não poderia ser escondida: a cor rosada de sua face.
A única camada de pele visível parecia ser extremamente macia e fofa, dava até vontade de apertar, mas quando entrava em contraste com aqueles olhos, talvez  – um talvez com muita certeza – essa ideia fosse repelida tão rapidamente quanto à luz. Victor ainda sorria quando o Gato Negro o respondeu:
-     Obrigado, Victor. – Disse em um tom completamente cortês e com uma educação digna de um Lorde. Suas expressões, sua forma de falar, de agir, de respirar, tudo. Tudo naquele ser era onipotente. Ele transmitia uma segurança tão grande que dava até medo estar no mesmo local que ele. Sua presença era forte, decidida e gentil. Ele parecia ser um ser de outra dimensão, tamanho o porte e elegância contido nele. – Ainda persiste com essa ideia? Ou optou por um caminho mais ameno e menos doloroso para nós dois?
-     Para nós dois? – Falou com ar de desafio o, agora, desajeitado menino. (Desajeitado não por medo, mas sim porque comparar qualquer pessoa, por mais educada que seja, a Gato Negro, significava pô-la em um nível de quase grossura, tamanho o porte elegância do Ministro).

-     Inegavelmente. Para você em carne, para mim em alma. Não fazes ideia da dor que sinto ao ferir uma criança. Então meu menino, lhe imploro, desista dessa ideia imatura e deixá-lo-ei retornar ao local, de onde jamais deveria ter saído: o seu lar. – Victor sorriu ao escutar o que para ele era um disparate, apesar de soar estranho: aquilo era uma verdade. Gato Negro era tão velho quanto aquele Universo. Ele é conhecido por ser uma das “Obras Primas de Deus”, afinal foi Deus em pessoa quem deu vida à Gato Negro, após o Grande Conflito. Chamar Victor de criança era quase um elogio, mas, obviamente, não naquele momento.

11 de setembro de 2012

O Ministério: A Introdução


Capítulo Zero: A Introdução


Terra, Salvador, Elevador Lacerda – 25 anos depois

Victor, agora um homem, estava sentado sobre o Elevador Lacerda. A construção histórica foi inaugurada em 1873, tendo 72 metros de altura que ligava da Cidade Baixa à Cidade Alta, era inegavelmente um dos principais monumentos da Bahia, se não do Brasil, sua estrutura já foi reformada e reforçada diversas vezes, a forma a qual o vemos hoje é a de um “novo Elevador Lacerda”. Apesar da estrutura, no sentido construtivo, ainda ser a mesma. Mas o que realmente importa, é que para Victor aquele local era um dos seus preferidos, ali ele se sentia bem, muito bem.
À vista a 72 metros acima do solo possibilitava um relaxante natural aos olhos. Era estonteante ver toda a Cidade Baixa em um tom roseado, por estar em frente a um mar que se perdia no horizonte e que refletia um belíssimo pôr-do-sol era tudo o que este jovem rapaz desejava, aliás, era mais do que Victor havia pedido para aquela tarde amaldiçoada. A beleza era tão grande, que acabou fazendo-o esquecer o porquê de estar ali, mas infelizmente logo se lembrou.
Será que havia como esquecer? Victor estava no ponto de encontro marcado há exatos dois meses. E durante aqueles dois meses ele jamais esqueceu o porquê de estar ali, naquela hora e naquele local, local que ele mesmo escolhera. Aquele seria o ponto de encontro ideal para uma talvez visão final, aquele pub era o seu lugar mais amado e querido, fora o seu lar, que ficava logo as suas costas. Victor havia decidido que caso o que iria ser iniciado ali resultasse em fracasso, ao menos ele fracassaria ao lado das coisas que ele amava. Mas isso não irá acontecer. Tudo foi pensado meticulosamente, não há como haver falhas. Pensou ele. Mas a verdade seja dita: ele de fato não poderia falhar. Muita coisa estava em jogo para que houvessem quaisquer erros, por menores que fossem.
Depois daquele dia tudo seria diferente. O mundo seria diferente, a galáxia seria diferente, o Universo seria diferente. Por isso, falhas não seriam toleradas. Foram cinco longos anos pensando em tudo, do início ao fim, como as coisas seriam e como elas acabariam. Não seria agora, em um momento de extremo pessimismo que ele iria falhar. Não, não era apenas ele que não poderia falhar, eles, não poderiam falhar. E quando digo eles, falo de seu braço direito e esquerdo. Falo de sua Guarda Pessoal. Os dois, espere, os três, afinal Victor era um deles. Os três que foram considerados o fruto podre do Ministério estavam ali, reunidos mais uma vez, e nenhum deles poderia falhar. Nem Victor, nem Lilith, nem Ibis. Os três traidores. O fruto Humano. O Veneno Ministerial. Os três Ministros Santos Traidores.

5 de setembro de 2012

Uma Breve Reflexão




"Ei! Sorria... Mas não se esconda atrás desse sorriso...

Mostre aquilo que você é, sem medo.
Existem pessoas que sonham com o seu sorriso, assim como eu.
Viva! Tente! A vida não passa de uma tentativa.
Ei! Ame acima de tudo, ame a tudo e a todos.
Não feche os olhos para a sujeira do mundo, não ignore a fome!
Esqueça a bomba, mas antes, faça algo para combatê-la, mesmo que se sinta incapaz.
Procure o que há de bom em tudo e em todos.
Não faça dos defeitos uma distancia, e sim, uma aproximação.
Aceite! A vida, as pessoas, faça delas a sua razão de viver.
Entenda! Entenda as pessoas que pensam diferente de você, não as reprove.
Ei! Olhe... Olhe a sua volta, quantos amigos...
Você já tornou alguém feliz hoje?
Ou fez alguém sofrer com o seu egoísmo?
Ei! Não corra. Para que tanta pressa? Corra apenas para dentro de você.

Sonhe! Mas não prejudique ninguém e não transforme seu sonho em fuga.
Acredite! Espere! Sempre haverá uma saída, sempre brilhará uma estrela.
Chore! Lute! Faça aquilo que gosta, sinta o que há dentro de você.
Ei! Ouça... Escute o que as outras pessoas têm a dizer, é importante.
Suba... faça dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo,
Mas não esqueça daqueles que não conseguem subir a escada da vida.
Ei! Descubra! Descubra aquilo que há de bom dentro de você.
Procure acima de tudo ser gente, eu também vou tentar.
Ei! Você... não vá embora.
Eu preciso dizer-lhe que... te adoro, simplesmente porque você existe."

Charles Chaplin

1 de setembro de 2012

O Devaneante Autor


E por mais que não possam acreditar: falar de si mesmo é a mais difícil tarefa que há. Não posso fazê-los acreditar, mas hei de tentar, para que assim, além de compreender o que estou tentando dizer, possam também compreender a essência de meu ser.

Victor Said, este é meu nome, e este é um nome que muitos de meus leitores já conhecem. Para aqueles que me conhecem, talvez a descrição mais fácil e simples de me dar é: "Louco". Esta é uma descrição, apesar de simples, um tanto quanto interessante, já que ela aborda e retrata a essência de minha natureza, em sua multiplicidade e variedade, em sua inconstância, e isso eles podem afirmar também: sou inconstante.

Mas, apesar dela ser uma excelente descrição, ainda assim, não é capaz de me descrever. E por que não? Porque aqueles que convivem comigo, sabem que está é uma pobre descrição. Afinal, como diria Fábio, em uma de suas falhas tentativas (e já desistidas) de compreender meu ser: "Você é um homem de múltiplas faces". E isso é uma verdade, inquestionável aliás, porém ainda assim não é suficiente. Minha multiplicidade não se apresenta como elemento de falta de caráter, como diriam muitos sociólogos, mas sim uma forma de mostrar, literalmente, a diversidade de um único ser humano pode ter.

Apresentando tanto as minhas qualidades, quanto defeitos. Minhas manias e hábitos. Meus amores e desavenças. Mostrando o que amo e o que odeio (se é que odeio alguma coisa verdadeiramente). Mostrando tanto o meu lado severo, quanto o flexível. A incompreensão e compreensão de meu ser. Sendo e não sendo eu, mas isso também compõe o meu "eu". Sem jamais questionar a intensidade e veracidade dos meus sentimentos. Fábio e Jason diriam: e você tem algum? E posso lhe afirmar, que por mais que não demonstre-os verdadeiramente na maioria das vezes, sim eu os tenho. Escondidos, oprimidos e esquecidos, mas eu os tenho.

E quando meus sentimentos afloram, eles afloram intensamente (apesar de muitas vezes não expressar). Assim como tudo em mim, diga-se de passagem. Intensidade. Ou tudo, ou Nada. Ou gosto, ou não gosto. O melhor, ou o pior. E confesso:  o meio termo em alguns momentos  pode ser extremamente útil.

Porém, ainda assim, não é o suficiente para me descrever. Se eu passasse horas seguidas falando e falando, mesmo assim não seria o suficiente. Talvez por meu ser variar tanto, ou ser constante demais, ou talvez o contrário, ou talvez por nenhum desses motivos! Apenas sei que  cada pessoa me enxerga de uma forma, cada um à sua maneiras, muitas (quase todas) de forma distorcida e quase erronia, vêm-me como um monstro, enquanto outros me vêm como um anjo. É instável.

De toda forma, espero que cada pessoa chegue a suas próprias conclusões, sejam elas certas ou erradas. Condizentes ou não com a realidade e com meu ser. Apenas desejo que cada um de vocês venham a compreender o meu ser e a minha essência, à sua maneira. Me vendo como acha deve ver, acreditando em um ser que posso ser ou não. Apenas quero ser, o que você desejar que eu seja. E é isso o que sou, no fim das contas, o que você pensa que sou.

...Sonhos...




...Sonhos...

Em um Sonho Fui Humano...
Deste último pouco me Lembro...
Me Pergunto o que terá acontecido para me deixado tão Feliz ao Despertar...
Neste Sonho apenas me lembro de ter encontrado o Amor...
Sonhei que Você me amava e não me enganava... Não Mentia...
Neste Sonho não era tão Odiado quanto Sou...
Neste Sonho haviam Dores, mas haviam Amores...
Neste Sonho não havia perdido aquele que Um Dia foi o meu Melhor Amigo...
Neste Sonho eu não era tão Desumano... Quanto Sou...
Neste Sonho eu não era 4... Eu era Apenas 1...
Neste Sonho eu era Livre... 
Livre para expressar quem Sou...
Sem Nenhum Preconceito... De me Idealizar...
Neste Sonho eu não havia Perdido a Capacidade de Sonhar...







(Será Que Isso Foi Um Sonho...?)