E por mais que não possam acreditar:
falar de si mesmo é a mais difícil tarefa que há. Não posso fazê-los acreditar,
mas hei de tentar, para que assim, além de compreender o que estou tentando
dizer, possam também compreender a essência de meu ser.
Victor Said, este é meu nome, e este é um
nome que muitos de meus leitores já conhecem. Para aqueles que me conhecem,
talvez a descrição mais fácil e simples de me dar é: "Louco". Esta é
uma descrição, apesar de simples, um tanto quanto interessante, já que ela
aborda e retrata a essência de minha natureza, em sua multiplicidade
e variedade, em sua inconstância, e isso eles podem afirmar também: sou
inconstante.
Mas, apesar dela ser uma excelente
descrição, ainda assim, não é capaz de me descrever. E por que não? Porque
aqueles que convivem comigo, sabem que está é uma pobre descrição. Afinal, como
diria Fábio, em uma de suas falhas tentativas (e já desistidas) de compreender
meu ser: "Você é um homem de múltiplas faces". E isso é uma verdade,
inquestionável aliás, porém ainda assim não é suficiente. Minha multiplicidade
não se apresenta como elemento de falta de caráter, como diriam muitos
sociólogos, mas sim uma forma de mostrar, literalmente, a diversidade de um
único ser humano pode ter.
Apresentando tanto as minhas qualidades,
quanto defeitos. Minhas manias e hábitos. Meus amores e desavenças. Mostrando o
que amo e o que odeio (se é que odeio alguma coisa verdadeiramente). Mostrando
tanto o meu lado severo, quanto o flexível. A incompreensão e compreensão
de meu ser. Sendo e não sendo eu, mas isso também compõe o meu "eu".
Sem jamais questionar a intensidade e veracidade dos meus sentimentos. Fábio e
Jason diriam: e você tem algum? E posso lhe afirmar, que por mais que não
demonstre-os verdadeiramente na maioria das vezes, sim eu os tenho. Escondidos,
oprimidos e esquecidos, mas eu os tenho.
E quando meus sentimentos afloram, eles
afloram intensamente (apesar de muitas vezes não expressar). Assim como tudo em
mim, diga-se de passagem. Intensidade. Ou tudo, ou Nada. Ou gosto, ou não
gosto. O melhor, ou o pior. E confesso: o meio termo em alguns momentos
pode ser extremamente útil.
Porém, ainda assim, não é o suficiente
para me descrever. Se eu passasse horas seguidas falando e falando, mesmo assim
não seria o suficiente. Talvez por meu ser variar tanto, ou ser constante
demais, ou talvez o contrário, ou talvez por nenhum desses motivos! Apenas sei
que cada pessoa me enxerga de uma forma, cada um à sua maneiras, muitas
(quase todas) de forma distorcida e quase erronia, vêm-me como um monstro,
enquanto outros me vêm como um anjo. É instável.
De toda forma, espero que cada pessoa
chegue a suas próprias conclusões, sejam elas certas ou erradas. Condizentes ou
não com a realidade e com meu ser. Apenas desejo que cada um de vocês venham a
compreender o meu ser e a minha essência, à sua maneira. Me vendo como acha
deve ver, acreditando em um ser que posso ser ou não. Apenas quero ser, o que
você desejar que eu seja. E é isso o que sou, no fim das contas, o que você
pensa que sou.