20 de janeiro de 2013

Os Olhos



Estava chovendo.
Havia um olhar incessante.
Não.
Haviam diversos olhares incessantes.
Eram olhares estranhos.
Hostis e violentos
Pareciam me engolir, me fuzilar
Eram olhos que eu não queria encarar
Passei a ver a Lua,
Ela estava linda.
Tão cheia e brilhante.
Queria tanto que aqueles olhos brilhassem também
Eles continuaram, eles me encararam
O que será?
Minhas Roupas?
Meu rosto?
Meu corpo?
O quê?
Eu realmente não sei.
Mas aqueles olhos não eram nada curiosos
Eram de represália, violência e agressão.
Por que não param? Por que não me deixam em paz?
Mas são tão belos olhos.
Como esquecê-los?
Como não amá-los?
Como não notá-los?
O ódio é tão singelo, a natureza tão falha.
Até quando me olharão?
Admiração?
Inveja?
Amor?
Não!
Coisa muito pior:
Indiferença.
Até hoje não sei, apesar de saber,
Por que aqueles olhos tão belos e odiosos tanto me encaravam
Talvez, é, talvez, eles nem se quer perceberam que eu estava ali.
Ah, aqueles olhos.