26 de janeiro de 2013

As Máscaras



Tudo estava escuro.
Muito escuro.
A sensação de estar caindo havia cessado.
Parecia que, apesar de já ter alcançado o fundo daquele imenso abismo:
Ele não estava sozinho
Não!
Apesar de não enxergar
Haviam vários e vários olhares
Frios e incessantes, como antes
Mas agora, eles eram diferentes.
Com eles, vinham sentimentos diferentes,
Sensações diferentes e principalmente
Pessoas diferentes.
A singularidade de cada uma delas estava marcada em seus olhares
Mas, devido ao extremo escuro, diferente de antes,
Não era possível observa-los.
Apenas ser observado.
Quem eram e o que faziam era algo que não se sabia
Mesmo sobre tais olhares, a caminhada sobre a escuridão continuava
E com ela, os seus sentidos despertavam
A tal ponto que ele poderia não enxergar,
Mas era perfeitamente audível, aliás,
Agora era perfeitamente audível o que se falava
Em meio a aquele tumultuo de vozes
Cada uma delas,
E cada uma das suas falas,
E cada um de seus tons
E cada uma de suas verdades
Eram completamente claras.
E o pior, eram todas máscaras.
Aquelas não eram palavras e falas estranhas
Ele se via, e como se via,
falando cada uma delas
E em cada uma, memórias vinham
Pessoas, momentos e memórias
Mas ele se questionava:
Quantas delas eram verdadeiras?
Por que tantas máscaras?