11 de novembro de 2012

O Ministério - Capítulo 1: Parte 6



Victor, Lilith, Ibis. Estes eram os três traidores e os três responsáveis por todo aquele conflito. Um plano. Tudo aquilo se resumia a um plano, um simples plano. Talvez não tão simples assim, porém um plano tão problemático e complexo que mudaria as vertentes daquele Universo.
Ibis, o Braço Esquerdo de Victor, era alto, possuía 1,88 de altura. Era relativamente forte, mas especialmente nos braços possuía músculos bem definidos. Sua pele era branca, mas levemente bronzeada. Sua expressão era quase sempre fechada, mas quando ao lado de pessoas amadas e em condições propícias mostrava-se uma excelente companhia. Adorava escutar história, e ponha adorar nisso. Não se preocupava em pensar, apenas seguia seu instinto, o que o difere muito de seus companheiros.
Por não se preocupar com pensamentos, vive observando as pessoas, este era como um hobby, mas um que ele jamais se cansara de praticar. Mas deixando de lado o seu ser, atentemo-nos a sua aparência. Seus olhos cor de mel estavam muito bem contornados por maquiagens egípcias usadas por faraós. Elas deixavam-no ainda mais belo. Seus cabelos castanhos estavam bagunçados, como sempre. Usava uma fina tiara de ouro maciço em sua cabeça, exatamente no meio da testa havia um pequeno pingente em forma de águia representando a deusa Isis; seu olhar, já costumeiro, estava desleixado. Seu ombro esquerdo carregava a grande alça que prendia a sua, ainda maior, espada.
Cleópatra, este era seu nome. Uma grande espada com bem mais que dois metros, na verdade, ela era tão grande que quase era o dobro de seu dono. Sua lâmina era negra, totalmente trabalhada em detalhes que variavam entre o branco e prata, havia no centro, cortando-a verticalmente, uma grande linha sem bordas definidas e completamente inconstante que variava continuamente. Ora formando ramos que a atravessavam até sua outra face, ora retornando a sua face original, ou ainda se desfazendo por completo e formando os detalhes mais belos que uma espada era capaz de possuir.
Aquele efeito sobreposto à lâmina negra parecia um fluido metálico, e, diga-se de passagem, era um efeito e fluido belíssimos! Cleópatra era uma espada em forma de meia-lua, e para seu tamanho descomunal, sua largura era desproporcional, afinal ela era muito fina (em comparação a seu comprimento), algo entre 10 e 15 centímetros.
Quanto às roupas, eram igualmente egípcias. Havia uma grande túnica que se estendia a suas coxas em um movimento de abertura em “V”, sendo a túnica completamente revestida por dobras; o tecido não era liso, ele era completamente dobrado de forma a dar uma sensação de dualidade de cores. O bege se dispunha em tons claros e escuros.
A túnica, na verdade, não era bem uma túnica. Confesso que descrever tal peça é um tanto quanto problemático. Deixe-me tentar mais uma vez.
Imagine uma jaqueta. Esta jaqueta é bege. Ela não se fecha, deixando assim o peito e pernas expostos. Ela vai até metade da coxa. Seu movimento de crescimento é em “V”, como assim? Imagine que ela é reta até a cintura, mas à medida que desce em direção às pernas para a se estreitar em “V”. Essa “jaqueta” não é bem uma “jaqueta”. Afinal, jaquetas não vão até os joelhos (ao menos eu acho que não).
Tal peça era presa por um largo cinto branco e completamente trabalhada em estampas da mesma cultura, sendo suas bordas douradas. Sobre esta peça há uma, agora, túnica de fio de ouro extremamente leve e fina, que o cobre até os pés. Esta túnica torna sua roupa deveras elegante e bonita. Em seu baço há um bracelete de ouro que contrasta bem com seu tom de pele.
Mas há um detalhe que muito chama a atenção a cada vez que este fala: em sua língua parece haver uma espécie de símbolo. Em sua língua há cravado uma cruz egípcia, a cruz ansata, símbolo egípcio da vida eterna. Como explicarei outrora (ou não) Ibis foi presenteado por Anubis, o Deus da morte, com aquele símbolo no momento de sua morte, a fim de dar-lhes a vida eterna em um pacto de vingança e obediência.
Indiferente a sua história, aquele era Ibis, o braço esquerdo de Victor: o homem que ele mais confiava.