14 de fevereiro de 2013

As Memórias


Era Curioso.
Havia tanto tempo, mas tanto tempo
Que estava ali, que se quer me dei conta
De quanto tempo, realmente passara ali
Já havia sentido, e através destes, presenciei tantos momentos
Que estava em dúvida se aquele grande buraco escuro não era Meu Mundo
Tudo o que vivi,
Tudo o que presenciei
Tudo o que falei
Tudo o que escutei.
Interagi, progredi, regredi e evolui
Estavam ali
Cada uma das minhas memórias
Cada uma delas
Estavam ali
O sentimento de ter vivido, de ser vivo
O sentimento de ter existido, de existir
O sentimento de ter sentido, de sentir
O sentimento de ter nascido, de nascer
Tudo estava ali.
Cada memória,
Sensação
Gosto
Cheiro
Palavra
Fala:
Tudo.
Tudo estava ali.
E mesmo assim, por mais que ali, estava tão distante.
Tão longe.
Tão vazio.
Tão indiferente.
Tão diferente.
Será mesmo que eu vivi?
Aquele buraco escuro me trouxe rude
Me reviveu tudo.
Como se a minha vida tivesse sido vivia ali.
Por que será?
Onde será?
Como será?
O que será?
Adoraria saber.
Até quando
Você ficará.


As memórias falam. Elas gritam. Gritam por verdades. Não, gritam a verdade; relatam a mentira. Não, contam uma mentira. As memórias enganam e iludem, não a realidade, mas sim: a Realidade. As memórias contadas, faladas e narradas resultam na experiência. Não, as memórias vividas são a experiência. São a vida: a vida a ser vivida, a vida que foi vivida e a vida que se está vivendo.

Estas são suas memórias?