Desde que chegara ali não
havia percebido,
Mas estava acorrentado.
Talvez por sempre ter estado
assim,
Até ali jamais havia
percebido.
Sempre fora assim.
Desde sempre.
Haviam tantas correntes,
De tamanhos,
De espessuras,
De Materiais,
E até de cores diferentes.
Ele nunca notara, até então,
como sempre estivera preso
Ao Ego,
Ao Medo
Às Pessoas,
À Vida,
À Família,
Aos Amigos
Ao Eu.
Ao Seu Eu.
Preso em seu próprio Mundo.
Acorrentado ao seu próprio
Deus.
Sujeito a Si mesmo.
Aprisionado à sua Loucura.
Selado em sua doença.
Trancado em sua obsessão.
Acompanhado de sua escuridão.
Perseguido por suas máscaras
Mas sempre esquecido pelo seu
Eu.
Suas correntes estavam com ele
à tanto tempo,
Que de tão acostumado a elas
já estava,
Que elas passaram a fazer
parte de seu Eu.
Simplesmente estava habituado
À seu singelo tormento.
Fosse como Fosse
Aquelas eram as correntes,
As corrente que jamais o
abandonaram
As correntes que sempre o
acompanharam
As correntes que sustentaram o
seu Eu.
Aquelas eram as correntes do
seu Eu.