16 de fevereiro de 2013

O Silêncio

Silêncio?
Após tempo indefinido escutando vozes de todos os tons,
Escutando as mais diversas palavras; verdadeiras e mentirosas
Lembrando de cada passagem, cada momento, cada memória
Agora tudo se cala.
Não, nenhum tipo de som.
Meu coração, meus passos, minha respiração: Nada.
Notei algo que até então não havia percebido:
Meus olhos estavam fechados.
Meus ouvidos tampados.
Minha boca costurada;
Até então eu não havia notado, mas de fato:
Eu não havia falado.
Eu não havia enxergado.
E pior, eu não havia escutado.
Por mais que ouvido, falado, visto e sentido, até então,
Na realidade,
Eu estive atado.
Atado ao meu ego.
Atado ao meu eu.
Atado ao meu desequilíbrio.
Atado aos meus problemas.
Atado aos meus paradoxos.
Atado sempre "ao meu..."
Sempre eu!
Aquele silêncio representava muitas coisas.
Mas a pior, definitivamente, era aquele silêncio.
Definitivamente, representava as minhas correntes.
Mas especialmente,
Representavam as minhas mais antigas correntes:
As correntes da Solidão.