O Fundo.
Havia afundado à
tal ponto nos confins da consciência, que estava em dúvida se aquilo era
realmente minha consciência. Passara aparentemente tanto tempo, que minha vida
inteira poderia ter sido vivida de forma automática. Enquanto o meu eu estava
preso naquele abismo.
Tantas questões foram
respondidas:
“Justificadas e argumentadas”.
Mas tantas outras haviam se
formado.
Tantas, tantas questões.
Mas queria principalmente saber:
A Razão de estar ali.
Não fora simples introspecção
Como fora previsto, aliás
Como deveria ter sido.
Tudo havia fugido ao controle.
De uma forma positiva,
Mas fugira ao controle.
Aquele abismo me trouxe
Tantas Razões
Tantas Questões
Tantas Respostas
Tantas Interrogações.
Abriu-se um leque tão grande
de possibilidades
(Nesta já há muito clichê
frase consagrada)
Quando percebo tudo o que fui
capaz de concluir
Dentro daquele infinito abismo
Confesso estar feliz.
Muito feliz.
Meu objetivo havia sido
concluído
E confesso que meu objetivo
Até então,
Fora alcançado.
A Razão a qual quis me submeter
Aquele abismo
Fora, aos poucos, alcançada.
A grande verdade é que estava
perdido.
Não sabia quem era.
Não sabia o que era.
Não sabia o que fazer.
Não sabia como fazer.
Não sabia se minhas escolhas
haviam sido as melhores.
Se meus caminhos foram os corretos.
Se o que fiz, até então, era
realmente o certo,
O Correto dentro de minha concepção
Sinceramente?
Assumo estar feliz
Porque não deixarei e nem
nunca deixei de ser quem sou
Não abandonarei meus objetivos
Jamais trairei minha razão
E nunca, nunca mesmo,
abdicarei do meu Eu.
Esta é a minha razão para
continuar a existir.
E dali para a frente:
Aquele serei Eu.